O artigo de Alberto da Costa e Silva feito para a Conferência do IEA em Abril de 1994, apresenta a história da África sem maquiagem e sem visão de intenção “civilizatória” européia.
Apresenta ainda, a imagem de uma África com a realidade e a vivenciada do povo africano, com sua cultura e estrutura política dentro das diversidades tribais.
E claro, explica a ligação entre Brasil e África a influencia e a miscigenação dos dois lados do oceano Atlântico.
O autor justifica os interesses econômicos das potencias européias na África através de interesses políticos e econômicos, principalmente na matéria prima como marfim, cera, borracha e muitos outros e no mercado consumidor que viam para seus produtos industrializados.
O fato da Inglaterra proibir o tráfico negreiro pelo oceano Atlântico não está em combater o escravismo de forma real, mas sim, no fato de defender os territórios africanos e os negros enquanto consumidores dos produtos ingleses e fornecedores de matéria-prima. Isto é real já que a escravidão humana prosseguiu no sul da Nigéria até 1901, em Angola e Congo até 1910; em Tanganica, 1922 e em Serra leoa até 1935 (informação essa da qual nunca tive conhecimento).
Quanto ao islamismo e sua difusão no continente africano derivam do renascimento e com a forte influencia do Sudão Ocidental e desde então iniciam a jihad (Guerra Santa) onde buscava-se a purificação e sincretismo religioso e a destruição das religiões pagãs que existia até então.
Outro fato relevante sobre a África é a questão da escravidão onde as tribos africanas inimigas após longos períodos de guerra ao vencer seus inimigos apossavam-se de suas terras e de seus bens, de seu povo oferecendo estes para o comercio escravo com os portugueses que se instalavam em feitorias por pontos estratégicos do litoral, mais uma vez na História da Humanidade temos o homem subjugando sua própria espécie, pois coloca o lucro e os interesses econômicos acima de tudo onde apenas o dinheiro prevalece.
O artigo de Alberto Costa e Silva é muito esclarecedor em relação aos contexto da escravidão africana e na riqueza de detalhes, é uma obra clara dos interesses geopoliticos das potencias europeias em relação ao continente africano.